Acho que é uma verdade universal que os pais estão cansados de se sentir julgados em absolutamente tudo o que fazem. O que acontece é que o mundo tem muita gente, e como cada pessoa tem uma opinião diferente sobre como as coisas deveriam ser, não importa o que você faça, sempre vai aparecer alguém para dizer que não está certo, que não é bom e etc. Na verdade isso não acontece só com os pais. Acontece com todas as pessoas, o tempo todo.
Mas existe uma outra verdade universal: às vezes algumas coisas que encaramos como chatice têm lá sua dose de razão. Se decidiu ler este texto, provavelmente é porque você está entre as pessoas que concorda que uma dessas questões é essa: realmente o excesso de tecnologia faz mal, muito mal para as crianças e adolescentes. E é preciso fazer alguma coisa além de dizer “essas crianças de hoje não largam o celular”.
Pois bem. Separei este texto em 2 partes, com os tópicos abaixo:
I – Os problemas da tecnologia na rotina das crianças e adolescentes
II – Retirando as telas da rotina das crianças e adolescentes
Por favor, percebam que quando digo “retirar a tecnologia”, me refiro aos excessos dela. Embora acredite firmemente que para o desenvolvimento sadio da criança, quanto menos, melhor, e na maior parte dos casos o ideal seria perto de zero.
Se tiver observações ou ideias para sugerir, pode comentar que eu acrescento aqui. E se você já conhece bem todos os problemas e está apenas à procura de ideias para lidar com isso, pode pular para o tópico II – Retirando a tecnologia da rotina das crianças e adolescentes.
Então vamos à primeira parte.
De forma geral, neste texto uso a palavra “tecnologia” para me referir ao uso de celulares, televisão e internet. E, dentre todos, quero me deter aqui em três problemas: primeiro o mais conhecido, o problema de conteúdo. O segundo, considerado um problema de saúde e que tem sido alertado pelos pediatras, refere-se às doenças que podem ser causadas pela super estimulação. O terceiro, consequência dos dois primeiros, é o problema cognitivo, ou seja, as dificuldades de aprendizagem decorrentes disso.
Na semana passada eu conversava com uma família de amigos explicando que deixar as crianças assistindo desenhos no Youtube é um grande perigo hoje porque existe um grupo de pessoas muito má intencionadas que usam as personagens dos desenhos para criar montagens grotescas, ofensivas e totalmente inapropriadas para as crianças. Eles usam imagens da personagem Elsa, do Homem Aranha e outras figuras que as crianças já conhecem, e os vídeos entram de forma automática assim que termina aquele que a criança estava assistindo.
Existe um movimento atualmente chamado Elsagate, que tenta alertar para os vídeos que contém esse tipo de conteúdo.
Se você nunca ouviu falar sobre isso, leia essa reportagem para saber do que se trata (coloquei a ilustração menos ofensiva que encontrei).
Esse, sabemos, é só um dos casos. Existem desenhos aparentemente inofensivos que estão transmitindo comportamentos muito ruins para o desenvolvimento da criança. Sim, comportamentos e não ideias. Porque a criança não absorve as ideias. Ela imita os comportamentos, seja daqueles que estão à sua volta, seja dos desenhos que ela assiste, especialmente quando há uma personagem que se torna favorita (como o famoso caso da Peppa Pig).
No caso dos pré-adolescentes e adolescentes, o uso de celular pessoal com acesso à internet tem sido a causa de GRANDES problemas porque eles não apenas assistem, como interagem. São situações que vão desde filmar, fotografar e enviar imagens impróprias de si mesmos ou de colegas, até o acesso à pornografia, passando por todos os problemas criados nos grupos de conversa que acabam envolvendo os pais. E nada disso se refere a crianças más, e sim crianças e adolescentes normais que inclusive ouvem as instruções dos pais e professores sobre tudo isso, mas fazem tais coisas porque ainda não têm maturidade nem discernimento para ser deixados por conta própria.
Não creio ser necessário focar muito nesta questão, porque já é um aspecto bastante conhecido.
Mas, mesmo que você escolha com cuidado o que a criança pode assistir, selecionando animações com bom conteúdo, existe um outro problema.
Ainda hoje eu lia, por indicação do meu amigo William, uma entrevista com a escritora Catherine L’Ecuyer sobre educação.
É muito interessante o que ela fala sobre educar pelo assombro e embora não concorde com tudo o que ela diz na entrevista, achei muito importante o que ela afirma sobre a exposição das crianças às telas:
“É preciso saber que, hoje, as principais associações pediátricas do mundo insistem em que as crianças com menos de dois anos não devem ser expostas a tela nenhuma e que aquelas entre dois e cinco não devem ser expostas por mais de uma hora ao dia. Não se trata de uma questão educativa, mas de uma questão de saúde pública, que diz respeito à saúde neurológica de nossos filhos, dado que a exposição às telas nessa faixa etária está associada, segundo estudos, à falta de atenção, à impulsividade, ao déficit de aprendizagem, à diminuição do vocabulário etc.”
Veja que ela ressalta que não se trata simplesmente de uma questão educativa (em que você pode ter uma opinião diferente quanto aos valores que serão transmitidos aos seus filhos). É um problema médico.
Você já deve ter lido ou ouvido que todos os aparelhos devem ser desligados uma hora antes de dormir para garantir que a você durma bem. Isso acontece porque a tela, tanto dos celulares e tablets, como da televisão e computadores, produz o efeito conhecido como luz azul, que provoca distúrbios na forma como o cérebro produz as substâncias que induzem ao sono, o que pode provocar diversos outros problemas de saúde. Este artigo explica bem direitinho como isso acontece.
Mas além dos problemas com relação ao sono, existe o problema causado pelo excesso e velocidade das imagens nas telas. Todos sabem que para prender a atenção da pessoa que assiste, os desenhos, filmes e jogos, de forma geral, são apresentados em cores e luzes que se alternam rapidamente para criar a sensação de movimento.
Tudo isso parece bem inofensivo, mas você deve se lembrar daquele episódio ocorrido em 1997, no Japão, que provocou a ocorrência de quase 700 casos de crise convulsiva em crianças que assistiam a um desenho animado que usou uma técnica de luzes brilhantes repetidas em uma altíssima velocidade.
Embora os estudos realizados a partir daquele acontecimento tenham concluído que o problema não afetaria todas as pessoas, mas apenas aquelas que já possuem a chamada fotossensibilidade, algumas providências foram tomadas para padronizar a quantidade máxima de flashs luminosos (quantidade de vezes que a luz pisca) por segundo para evitar que novos problemas acontecessem. E mesmo sendo um problema considerado resolvido, aquele evento serve bem para demonstrar que existem consequências reais quanto aos estímulos provocados pelas luzes, cores e velocidade das imagens, e que estas questões não podem ser encaradas apenas como “exagero”.
Você já observou, por exemplo, o comportamento de crianças e adolescentes (e dos mais crescidos também), quando terminam de assistir ao um filme de ação ou muito agitado? Ver alguém sair correndo, subindo no sofá, dando chutes e golpes do ar e gritando como no filme ou desenho é uma cena comum e geralmente considerada engraçada. Mas perceba que não se trata apenas de uma mera empolgação. Esse comportamento demonstra uma necessidade de externalizar toda a tensão e agitação provocada pelo filme ou pela música, em um efeito que geralmente passa depois de alguns minutos (ou horas, dependendo do perfil da pessoa).
Consideremos que, em menor grau, isso é o que acontece com cada exposição a desenhos e filmes com uma menor quantidade de cores, luzes e velocidade das cenas, além das informações que foram recebidas ali e precisam ser “processadas” pelo cérebro.
Podemos dizer que tudo aquilo que induz o corpo ou a mente a uma determinada ação pode ser chamado de estímulo.
Imagine então a seguinte situação: uma criança assiste televisão por uma hora. Durante este período ela recebe uma quantidade de estímulos visuais, além de todos aqueles que ela já recebe na vida normal (as conversas, as cenas do dia a dia, etc). No restante do tempo, ela vai brincar, correr, inventar brinquedos cortando papel e etc. O que aconteceu? Suas ações físicas e mentais (o trabalho de criar, inventar, imaginar), ela “gastou” a energia acumulada pelos estímulos.
Agora imagine uma criança que passa uma hora assistindo televisão ou jogando no tablet ou celular, e que não passa nenhum tempo brincando ou “gastando” a energia acumulada pelos estímulos.
E imagine uma criança que não passa apenas uma hora por dia, mas cerca de 5 horas e meia por dia diante de uma televisão ou computador. (Segundo uma pesquisa do Ibope Media realizada em 2015, essa era, na época, a quantidade de tempo que as crianças entre 4 a 17 anos passavam, em média, diante da televisão).
Este não é um estudo científico; é apenas um exercício de raciocínio. Mas, seguindo essa lógica, deveria mesmo causar admiração o fato de que as crianças e adolescentes de hoje apresentam comportamentos extremamente agitados, seja em casa, seja em sala de aula, como se estivessem a ponto de explodir a qualquer momento?
(Observação: Para evitar confusão, quero esclarecer que entendo que existam algumas – poucas – crianças que de fato apresentem problema de hiperatividade no sentido médico, e que existem crianças que são agitadas em nível normal, porque são crianças, pura e simplesmente. Entre esses dois extremos estão milhares de crianças cuja agitação se deve à falta de educação – no sentido de não haver recebido o ensino de como controlar a si mesmas, como se portar em cada ambiente, etc; e outras milhares cuja agitação se dá em consequência de sua dificuldade em lidar com o que não consegue ou não compreende, sejam questões emocionais, problemas orgânicos como doenças, ou excesso de estímulos. É a este último caso que me refiro aqui, acrescentando que todos os outros casos podem ser piorados em função do excesso de estímulos provocados pelo uso excessivo da tecnologia).
Vamos, então, à parte que mais apresenta as consequências de tudo isso: os problemas para aprender.
Vejam, a pedagogia moderna, que mistura várias teorias educacionais em uma grande salada, geralmente defende que tudo deve estar centralizado na criança. Incrivelmente, porém, essa mesma pedagogia parece produzir metodologias que mais prejudicam o desenvolvimento da criança do que ajudam.
Um exemplo? As escolas de educação infantil que acham bonito colocar em seus anúncios que as crianças usam tablets em sala de aula desde os três anos. Outro exemplo? Os adultos que acham bonito a criança de quatro anos já saber mexer no computador e celular sozinha, entrar nos sites que quer e etc.
Por que achamos isso bonito? Porque fomos levados a acreditar que a tecnologia é o suprassumo da inteligência, e que quanto antes a criança dominar essas ferramentas, tanto antes ela se tornará o próximo Zuckerberg. E esquecemos completamente que Mark Zuckerberg cresceu aos pés da educação clássica, estudando Latim, Grego Antigo, Hebraico, praticando esgrima e memorizando poemas épicos como a Ilíada. Interessante, não?
Talvez por essa mesma razão Bill Gates, um dos grandes mitos dessa geração tecnológica, tenha dito a famosa frase:
“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua própria história.”
Talvez também seja por isso que pessoas com intenso envolvimento na criação da tecnologia, como Steve Jobs, tenham sido tão rígidos com o quanto seus próprios filhos eram autorizados a utilizar este tipo de ferramenta. Assim como Chris Anderson, que afirmou que ele e sua esposa eram acusados pelos próprios filhos de serem radicais demais com relação à tecnologia. “Isso é porque temos visto os perigos da tecnologia em primeira mão. Eu já vi isso em mim, não quero ver acontecendo com meus filhos”, ele explica.
Limitando o problema à questão educacional, vou dar uma explicação bem simples e direta:
Os computadores e televisão têm como foco principal o entretenimento (retiro daqui a questão do uso profissional ou estudos porque as crianças e adolescentes raramente usam para isso, comparando com o tempo utilizado para entretenimento).
Ao longo do tempo, os desenvolvedores perceberam que o que mais entretém as pessoas é aquilo que as distrai, ou seja, aquilo que diverte sem exige qualquer esforço de sua parte. É por isso que os filmes, desenhos e redes sociais são viciantes. Porque tudo ali está pronto para consumo. O pouco que precisamos fazer (como as interações nas redes sociais), exigem pouco ou nenhum esforço, geralmente com recompensa imediata, isto é, não é necessário esperar para receber a recompensa.
Qual o problema? O problema é que a distração é necessária para o descanso, mas em grande quantidade ela literalmente vicia. Se construir um brinquedo produz a sensação de prazer quando, após todo o trabalho, finalmente a criança pode usufruir dele e mostrar para as pessoas, com os aparelhos eletrônicos ela usufrui dessa sensação boa o tempo todo, sem precisar trabalhar para isso.
A consequência: tudo o que, nos demais âmbitos da vida, exigir algum esforço, será pesado demais. Porque eu preciso ler um livro, se posso conseguir essa história em forma de filme? É triste, mas é fato: quanto menos esforço e mais diversão, tanto melhor.
O nome daquilo que alguns chamam de “burrice”, síndrome de não-sei-o-que, nada mais é do que preguiça mental. Pensar dá trabalho, então vamos evitar a fadiga.
E se isso acomete os adultos (eu insisto nos textos grandes porque gosto de explicar bem, mas eu sei que pouquíssimas pessoas conseguem ler um texto deste tamanho), tanto mais as crianças. Porque nós, bem ou mal, tivemos uma formação mais sólida – a minha geração foi começar a lidar com computador só lá pelos 10 anos de idade e a internet ainda exigia a paciência de aguardar a discagem quando eu estava em torno dos 20 anos. Mas essas crianças estão crescendo, desde bebês, neste meio digital. E são chamadas, com certo tom de orgulho, de “nativos digitais”. E eu não sei o que será delas quando crescerem… Porque na escola nós já sentimos os efeitos de tudo isso de forma gigantesca!
É por isso que eu insisto e sempre insistirei: o problema da educação é um problema prioritariamente moral. Falta de estrutura, falta disso ou falta daquilo, nunca foram problema para quem realmente queria aprender. Mas quando falta determinação e perseverança em trabalhar para conseguir alcançar a satisfação necessária, falta tudo. Você pode ter todo o recurso do mundo que não conseguirá fazer com que a criança aprenda. É por isso que trabalhamos tanto com a virtude do trabalho no programa Valores e Virtudes. Para fortalecer no coração das crianças a convicção de que tudo o que tem valor é conquistado por meio do esforço.
Vejam: não estou dizendo que não existem problemas reais que interferem no desempenho intelectual de uma criança. Mas com o passar do tempo comecei a perceber que a quantidade de crianças com problema real era muitíssimo pequena comparada à quantidade de crianças com dificuldades para aprender. E também percebi que crianças com algum problema grave conseguiam superar em grande parte suas dificuldades por meio do esforço. Foi neste ponto que comecei a estudar sobre educação do caráter e a formular o curso Ensinar a Estudar, que começa exatamente trabalhando as áreas do caráter que dificultam o aprendizado da criança.
A televisão, o Youtube, as redes sociais e os joguinhos são só uma parte do problema, mas eles são, de fato, um grande problema.
Eu nem mencionei aqui outros fatores que os pediatras levantam, como o problema de formação de vínculo afetivo, a compreensão da realidade, o acesso à pornografia, violência e outros conteúdos nocivos.
Então vamos ao que interessa. Precisamos mudar isso.
É verdade, é muito difícil tirar a televisão, o celular e o computador. E, sim, as outras pessoas não colaboram. E, sim, se você decidir se desfazer da televisão e proibir seus filhos de usar celular, haverá uma multidão de gente dizendo que você é muito chato ou muito radical.
Mas vou compartilhar aqui o meu critério pessoal com relação a isso: sempre vai ter alguém para reclamar das suas decisões. Mas quantas dessas pessoas estarão lá quando você precisar lidar com as consequências do que você fez ou deixou de fazer?
E, se você se sente mal por “privar” seus filhos dessa doce tentação que são os aparelhos eletrônicos, tenho outra sugestão: você vai se sentir mal por privar seu filho, mas também vai se sentir mal por estar deixando que ele faça algo que não é bom para ele. Porque nossa cultura tem essa coisa estranha de nos fazer sempre sentir culpa por alguma coisa. Minha lógica é: se de qualquer forma eu vou me sentir mal, não é melhor me sentir mal fazendo a coisa certa? Pelo menos só me sinto mal agora, mas lá na frente, ao colher os frutos, eu ficarei feliz.
Bom, o que eu quero sugerir aqui é algo bem prático: que tal colocar em prática um “plano de guerra” para lidar de uma vez por todas com tudo isso?
Minha sugestão: que os pais se sentem para tomar algumas decisões e depois marquem uma reunião de família com os filhos.
Agora vem a grande questão. Nosso maior problema é que deixamos as crianças usando aparelhos eletrônicos não tanto por achar que é bom, mas porque isso nos dá sossego.
E digo “nos dá sossego” porque sei que também os professores usam esse recurso tão tentador de colocar alguma coisa para as crianças assistir, “para fins pedagógicos”, e com isso ter alguns minutos ou uma hora e meia de paz. (Só para deixar claro, existem sim bons filmes que podem ser usados para momentos específicos de ensino; me refiro a usar os desenhos e filmes para poder fazer as nossas coisas um pouco, mesmo que “nossas coisas” seja navegar nas redes sociais por uns momentos).
É por isso que plaquinhas como essa ao lado nos fazem dar risada, mas ao mesmo tempo nos deixam pensando, e ao mesmo tempo nos deixam com raiva, porque nós queremos mesmo poder usar a internet em todo lugar.
Então antes de tudo:
Eu gosto das recomendações dos pediatras, como essas da Sociedade Brasileira de Pediatria, até porque quando os médicos falam não fica parecendo que é implicância:
a. Brincadeiras – Perceba que eu disse “brincadeiras”, não “brinquedos”. Isso porque os brinquedos que já são comprados prontos, na verdade oferecem muito pouco atrativo para as crianças. As brincadeiras, no entanto, produzem momentos de muita diversão.
Dependendo da situação você pode tentar criar brincadeiras em que eles se divirtam por conta própria. Em alguns casos as crianças estão tão acostumadas a não criar que não sabem como brincar.
Nesses casos é preciso investir um pouco mais de tempo e energia. É possível criar um caça ao tesouro com pistas que levam de um lugar para o outro, guerra com bexigas de água, competição para ver quem joga mais bolas de jornal ou papel no campo do outro, pular corda (é impressionante como eles amam pular corda!), bola ao cesto e enfim… Quando se trata de brincadeira, as crianças e os adolescentes costumam não ser muito exigentes quanto aos recursos. Tudo o que eles querem é: “Brinca com a gente?”
b. Jogos e atividade – Como nem sempre a gente tem como brincar com eles, uma ideia é montar um tipo de calendário, com um período de brincadeiras por dia ou por semana. Nos demais momentos, alguns jogos e atividades podem ser bastante úteis para entreter, divertir e até ajudar no desenvolvimento de habilidades.
Jogos como “Resta Um”, “Quebra-Cabeça” e outros tipos de desafios lógicos costumam entreter bastante e possuem diferentes níveis para cada idade.
Atividades de arte, como escultura em argila e pintura fazem muito, muito sucesso. Também fazem sujeira, mas é possível ensinar a limpar tudo depois. Dependendo da idade eles conseguem muito bem fazer isso. Esses dias vi uma ideia legal de uma mãe que colocou os filhos para lidar com tinta dentro do banheiro (para o bebê, que ainda não podia ficar sozinho com tinta guache, ela pendurou uma folha com durex no azulejo para que ele fizesse pintura com água e pincel, imitando o irmão que estava pintando com tinta, mas dentro do box. Porque o banheiro é mais fácil lavar.
c. Leitura, leitura, leitura!!!! – A leitura de histórias nutre a imaginação, diverte, faz pensar, inicia conversas sobre assuntos importantes, e mais um bocado de coisas boas. “Mas meu filho não sabe/ não gosta de ler”.
Minha sugestão, claro: leitura em voz alta!!! Leia com eles, junte a família inteira. Crie uma rotina que envolva pelo menos dez minutos de leitura por dia. Leia livros interessantes, que criem expectativa pela continuação da história no dia seguinte, experimente começar e você vai ver como serão bons esses momentos!
No final das contas, retirar os aparelhos eletrônicos e televisão dá muito trabalho, não porque as crianças e adolescentes não saibam se divertir em outras coisas, mas porque isso requer muito, muito esforço da nossa parte. Mas vale muito, muito a pena todo o trabalho!!
E você não precisa enfrentar tudo isso sem ajuda. Existem muitos recursos na internet e este blog, inclusive, é quase todo voltado para esta finalidade: oferecer recursos para quem deseja enfrentar essa batalha cultural em que estamos. Aquelas pessoas que decidiram fincar o pé para proteger sua família, treinando seus filhos a desenvolver mentes e corações bem preparados para lutar lá fora contra o que vier, enfrentando a maldade e sendo luz no mundo.
E se você quer investir mais na leitura em voz alta, veja as ideias e recursos que estamos criando para ajudar e inspirar vocês nessa jornada.
Espero que vocês encontrem muita coragem e ânimo para tornar essa mudança uma realidade na vida da sua família! =)
Katarine Jordão
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